Verificação de Plágio

Atualizado pela última vez em outubro de 2021.

O plágio é um problema recorrente no ambiente acadêmico, reforçado por uma cultura de que vale tudo para atingir sucesso e pela cultura de impunidade. O plágio é mais nocivo do que as pessoas gostam de enxergar. Mesmo que você tenha dificuldade para ver, pode acreditar que existe um planejamento longo e sério por trás da forma como a disciplina é conduzida. O sistema de ensino (incluindo aulas e avaliações) está constantemente sendo adaptado ao perfil dos estudantes e os professores estão atentos aos pontos positivos e negativos das tentativas anteriores. Nós, os professores, chamamos você a refletir a respeito das consequências de suas ações e convidamos, até desafiamos, a assumir consigo mesmo o compromisso de evitar o plágio.

Entretanto, sabemos que só pedir que não copiem respostas não é suficiente, serão tomadas medidas ativas para coibir o plágio na disciplina. Os programas enviados pelos alunos serão submetidos a ferramentas automáticas de verificação de similaridade e podem ser analisados individualmente por um professor. Confirmada a suspeita, os professores em conjunto dirão se consideram que uma resposta está envolvida em atividade de plágio. Aqui é importante destacar que ninguém é penalizado simplesmente porque um programa de computador em algum lugar marcou sua atividade, sempre há verificação dos professores.

Definindo melhor que é plágio.

Não existe uma definição nem uma métrica exata, o termo "plágio" não é usado sempre da mesma forma e não pode ser objetivamente mensurado. Os tribunais de justiça se debruçam longamente sobre casos duvidosos com frequência. No caso da programação, os programas automáticos e os professores estarão atentos à implementações (e não algoritmos) muito parecidos. As ferramentas automáticas vão dar mais atenção ao conjunto de comandos usados, enquanto os professores costumam dar mais atenção a trechos incomuns nos casos. Certamente, existe um pouco de subjetividade sempre, mas os professores têm anos de experiência nesse tipo de análise.

Estaremos chamando de plágio, no contexto da disciplina, não apenas aquilo que é chamado de plágio no contexto legal. Três conceitos são importantes neste contexto: 1) não importa quem realmente fez e quem copiou, ambos estão engajados em tentativa de burlar o sistema de avaliação, 2) não importa se houve intenção do autor em facilitar o plágio, divulgar suas respostas significa assumir o risco e 3) não é necessário estar igual para ser plágio, mudar alguns nomes e posição de comandos não faz um trabalho deixar de ser plágio.

É possível, portanto, que discentes sejam enquadrados em caso de plágio por terem produzido uma solução juntos. Outro caso possível é de alguém produzir uma implementação original e individualmente, mas revelar sua implementação a terceiros, talvez com a intenção de ajudar. Tecnicamente esses casos são plágio, mesmo não havendo intenção explícita de burlar o sistema de avaliação por pelo menos uma das partes. Trabalhos individuais não devem ser feitos em grupo e quem entrega sua solução para outros está contribuindo com o sucesso de quem tenta burlar o sistema de avaliação, contribuindo para um efeito social de "se ele pode, eu posso", onde outros encontram motivação para fazer o mesmo.

Isso não significa que os alunos não podem conversar sobre soluções para problemas, significa que tal conversa deve ser limitada ao campo das ideias, usando português e não no campo das implementações, usando linguagem de programação. Mesmo quando duas pessoas resolvem um problema baseadas exatamente na mesma ideia, suas implementações tendem a ser bem diferentes, porque existem muitas formas de se produzir os mesmos efeitos. De qualquer forma, incentivamos os alunos a discutirem em público, sob a supervisão de professores e monitores e também a tirarem dúvidas com os professores e monitores ao invés de usar os colegas para isso, pois eles também ainda estão aprendendo. Além do mais, diversas atividades avaliativas são individuais e portanto essa conversa deve ser muito limitada.

É difícil ensinar pessoas a resolver problemas. Resolver o problema para elas pode parecer uma estratégia muito eficiente, afinal é isso que a maioria das pessoas quer e existe um retorno positivo imediato. Entretanto, pensando a longo prazo, essa estratégia é ruim. Quando alguém olha sua solução, fica ainda mais difícil produzir sua própria solução. Sem a prática de resolver problemas, as pessoas continuarão tendo a mesma dificuldade no futuro, quando os problemas forem mais complicados. Ninguém se torna um bom jogador de futebol assistindo futebol na TV. Ninguém aprende a fazer baliza olhando o instrutor da auto escola fazer baliza. É preciso praticar.

Como contestar a decisão que zerou nota?

A nota só é zerada quando há muita semelhança. Quando há apenas suspeita, o aluno é avisado mas sua nota é mantida. Se você teve a nota zerada e quer contestar, entre em contato com seu professor. No caso de turmas compartilhadas, uma nova análise pode demorar um pouco pois precisa ser analisada por todos os professores. Informe detalhes da produção do programa, como por exemplo:

Se após contestar você ainda não chegou a um acordo com o professor

Neste caso, se aplicam as regras normais de contestação de nota, em particular o prazo de 3 dias letivos para solicitar revisão de nota ao chefe de departamento, conforme resolução CEPE 473/2018, art. 120.

Esta página é mantida por Bruno Schneider